Professor Vladmir Silveira

Educação

Notícias, Sustentabilidade

A ONU divulga o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável sobre educação

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos 4.1 Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e eficazes 4.2 Até 2030, garantir que todos as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário 4.3 Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade 4.4 Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo 4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade 4.6 Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática 4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável 4.a Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos 4.b Até 2020, substancialmente ampliar globalmente o número de bolsas de estudo para os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países africanos, para o ensino superior, incluindo programas de formação profissional, de tecnologia da informação e da comunicação, técnicos, de engenharia e programas científicos em países desenvolvidos e outros países em desenvolvimento 4.c Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores, nos países em desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento Fonte: ONU Brasil

Fapesp lança uma oferta de bolsas para ‘pesquisadores em risco’
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Fapesp lança uma oferta de bolsas para ‘pesquisadores em risco’

Por Renata Okumura e Ítalo Cosme, especial para o Estadão, O Estado de S.Paulo A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) lançou a iniciativa “Pesquisadores em Risco” para viabilizar a participação de refugiados em instituições de pesquisa no Estado. A oferta de bolsa vale para duas modalidades: Auxílio Pesquisador Visitante e uma Bolsa de pós-doutorado. O valor total oferecido para o financiamento é de R$ 20 milhões. Para pesquisadores visitantes, a ajuda será concedida por […] Conteúdo na íntegra disponível para assinantes do veículo. Fonte: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,fapesp-lanca-uma-oferta-de-bolsas-para-pesquisadores-em-risco,70004022545

reajuste de professores deve ser judicializado
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Sem diálogo entre governos, reajuste de professores deve ser judicializado

Desde o anúncio do governo federal, grupos de prefeitos têm se posicionado contra a portaria que definiu o reajuste de 33,24% do piso dos professores. Para os administradores municipais, a medida adotada pela União pode gerar um impacto negativo nos cofres municipais. “Não há dúvidas que isso vai ser judicializado. Se isso não acontecer pelo STF [Supremo Tribunal Federal], vai acontecer uma judicialização individual de cada município”, afirma Nina Ranieri, especialista em direito educacional e professora de Teoria do Estado da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Na terça-feira (15), a FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) emitiu um parecer que afirma que a portaria é “inconstitucional” e indicou às prefeituras que não sigam o percentual. O documento cita um “vácuo normativo” na decisão federal. Procurados pela reportagem, MEC (Ministério da Educação) e Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) não comentaram. “O problema central, de acordo com o parecer da frente, não é pagar ou não pagar o reajuste, mas não atender a portaria do MEC”, afirma Ranieri. A professora da USP argumenta que, para que a portaria seja considerada inconstitucional, como a frente afirma, é necessário entrar com uma ação no STF. O grupo de prefeitos, no entanto, diz não trabalhar com ação direta de inconstitucionalidade. Segundo a frente, os municípios podem definir a melhor alternativa jurídica, conforme a situação local, e também a forma que vão aplicar o reajuste. O especialista em direito educacional e vice-presidente da Abrade (Associação Brasileira de Direito Educacional), Samuel Paulo, afirma, no entanto, que a portaria está vigente enquanto não houver revogação, retificação ou decisão judicial. “Seu descumprimento é passível de questionamento [pelas autoridades judiciais e órgãos fiscais]”, pontua o advogado. Representante dos professores, o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Heleno Araújo, assegura que o reajuste da categoria vai ser colocado em prática. “Escrever que é inconstitucional ‘beleza’, quero ver eles [prefeitos] entrarem com ação no STF”. Embora o reajuste seja anunciado pelo governo federal, quem paga são os estados e municípios, responsáveis pela contratação da maioria dos professores da educação básica. O mês em que o reajuste é aplicado é diferente em cada cidade. O que prevê a legislação A Lei do Magistério prevê que o reajuste de professores seja atrelado ao “valor por aluno anual” definido pelas regras do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), principal instrumento de financiamento da área. Esse impasse acontece porque as regras do fundo foram alteradas em 2020. Entre as mudanças, está o aumento da participação da União nos recursos, o que aumenta o valor por aluno —e consequentemente amplia a porcentagem de reajuste dos professores. A emenda constitucional do Fundeb também diz que uma lei “específica disporá sobre o piso salarial” dos professores. Em janeiro, o MEC chegou a publicar uma nota dizendo que a Lei do Magistério não é mais “condizente” com as mudanças do fundo. Semanas depois, no entanto, o governo federal anunciou o reajuste baseado no valor por aluno. Os prefeitos criticam uma falta de diálogo com o governo federal para se chegar na porcentagem de reajuste. A reportagem pede posicionamentos ao MEC e a Secom desde a semana passada, mas ainda não teve retorno. O espaço está aberto para atualizações. Diálogo Para Alessandra Gotti, doutora em direito constitucional e presidente-executiva do Instituto Articule, o momento de “transição legislativa” provoca dúvidas jurídicas nos prefeitos e, por isso, deveria ser estruturada uma frente de diálogo entre os governos. “Devemos considerar como premissa que o reajuste deve ser concedido, ele precisa acontecer, porque a gente precisa considerar que o professor deve ser valorizado”, argumenta Gotti. A especialista sugere que seja feita uma articulação entre os três níveis de governos —federal, estaduais e municipais— para que as dúvidas seja sanadas e a porcentagem, debatida. “Municípios podem ficar inseguros se a União vai aportar essa complementação. Por isso, o diálogo é fundamental para garantir segurança para todos”, afirma. INPC Uma alternativa à portaria do reajuste citada pela frente de prefeitos é calcular o aumento pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Para Ranieri, no entanto, usar o índice pode ser considerado inconstitucional. “Essa é uma lei de 1984, anterior à atual Constituição e foi editada em um contexto jurídico totalmente diferente. Essa legislação se aplica aos profissionais contratados pelo regime CLT”, analisa a professora da USP. “Por todas essas razões, questiono a constitucionalidade.” O índice foi cogitado duas vezes pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser usado como critério no reajuste de piso. Em 2021, o INPC fechou em 10,16%. . Para o vice-presidente da Abrade, o uso do INPC deve ser discutido, “seja no âmbito administrativo, em diálogo com o Ministério da Educação, seja pela via judicial”. A CNTE propõe outra forma de reajuste, com um cálculo que usa inflação e também metade do valor aluno. Esse modelo, no entanto, não foi para frente, segundo o presidente da confederação. O grupo também apoia que seja transferida a data de reajuste de janeiro para maio. “Em abril, você tem a consolidação do Fundeb e consegue trabalhar com uma perspectiva melhor”, disse Araújo. Fonte: UOL

Brasil tem 21 universidades em ranking das mil melhores do mundo
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Comissão de Educação analisa projeto que garante meia-entrada a professores

Em reunião marcada para as 9h desta quinta-feira (17), a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) deve analisar um projeto de lei que estende a professores da educação básica e profissional o benefício da meia-entrada em espetáculos artístico-culturais e esportivos. O PL 3.941/2019, um dos 16 itens da pauta, altera Lei da Meia-Entrada (Lei 12.933, de 2013) para incluir todos os professores de nível básico e superior entre os beneficiários. Atualmente, só têm garantido esse benefício os docentes das redes de ensino de estados ou municípios que aprovaram leis locais determinando o desconto. O projeto, do senador Dário Berger (MDB-SC), estipula que a adesão do docente deverá se dar pela apresentação de carteira funcional oficial, emitida pelas instituições de ensino, com prazo de validade renovável a cada ano, conforme modelo único padronizado e publicamente disponibilizado pelas instituições de ensino e pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), com certificação digital deste, podendo a carteira funcional ter 50% de características locais. O relatório do senador Jorginho Mello (PL-SC) é pela aprovação e será analisado em caráter terminativo. Se aprovado, seguirá direto para a Câmara dos Deputados, a não ser que haja apresentação de recurso para apreciação do texto em Plenário. Emergência na educação Outro item da pauta é o PL 3.385/2021, que institui o Programa Emergencial de Aprendizagem dos Estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio e de Acolhimento à Comunidade Escolar das Redes Públicas de Educação Básica (PEAA), com duração de cinco anos. O programa será instituído nas redes públicas de educação básica cujos órgãos gestores serão responsáveis por formalizar a adesão e apresentar o plano de ação. Segundo o autor do projeto, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o objetivo é combater as consequências devastadoras decorrentes da pandemia de covid-19. O senador ressalta que 547 mil estudantes deixaram as escolas em 2019, sendo 213,4 mil nos anos finais do ensino fundamental e 333,5 mil no ensino médio. O relator, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), apresentou voto favorável à matéria. Creches públicas Também deve ser analisado pela CE o PL 2.225/2021, da senadora Nilda Gondim (MDB-PB), que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para garantir a crianças vítimas de violência doméstica prioridade na matrícula em creches públicas enquanto durar a pandemia. O projeto tem como relator o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), que apresentou parecer favorável. A pauta traz também quatro requerimentos. Três deles sugerem a promoção de audiências públicas, como o que pede a realização de debate sobre o legado dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. O pedido é de autoria do presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI). Fonte: Agência Senado

crianças com deficiência
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Escola inclusiva dá autonomia para crianças com deficiência, diz especialista

Fonte: CNN Amanda Garcia e Bruna Sales da CNN Em entrevista à CNN, no quadro CNN Educação, o superintendente do Instituto Rodrigo Mendes, Rodrigo Hübner Mendes, defendeu que o modelo da escola inclusiva deveria ser adotado. Ele admitiu que, em um primeiro momento, pode parecer melhor ter uma escola especial, apenas para alunos com deficiência, com profissionais preparados e lugares reservados. “No entanto, esse modelo não deu certo.” “Crianças nesses ambientes não construíram autonomia, não existe o tipo de estímulo necessário para que ela de fato busque o seu melhor e tenha chance de autonomia. É por isso que especialistas do mundo inteiro recomendam a adoção da escola inclusiva”, explicou. Neste modelo, de acordo com Rodrigo, a escola “se dispõe a transformar e mudar o jeito de atuar”: “Ela passa a ter uma equipe planejamento pedagógico, explora outras tecnologias, está sempre reciclando seu conhecimento, com novas formações, como terceiro ponto, a criança com deficiência pode precisar de especializado, mas pode acontecer na escola.” Essa mudança, para o especialista, “favorece a todos os alunos”: “Toda essa atualização e oxigenação necessária para a equipe pedagógica faz com que ela tenha uma equipe mais atenta ao mundo contemporâneo, não só as com deficiência, quando se tem um projeto pedagógica com professores atentos, o todo ganha.” Para o modelo prosperar no Brasil, no entanto, Rodrigo Mendes destacou a necessidade de uma política pública forte. “É preciso ter como prioridade estabelecer diretrizes para toda a rede de ensino.” Ele relatou que visita diversas escolas pelo país e já notou um padrão: “O fator renda, infraestrutura física, volume de investimento não é necessariamente o principal gerador de prática inclusiva.” De acordo com Rodrigo, é claro que recursos são essenciais, mas há instituições de ensino em que “o que fez a grande diferença foi um diretor que abraça a inclusão como valor, premissa, e junto com os demais educadores conseguem se mobilizar para mudar a forma de atuar.”

Manual de libras para ciências inova no ensino científico para surdos
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Manual de libras para ciências inova no ensino científico para surdos

“Ciência”, em libras Léo Ramos Chaves Um grupo composto por docentes e egressos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) se uniu para criar o Manual de libras para ciências, um e-book com representações em sinais de termos específicos sobre partes das células e dos sistemas do corpo humano. No Brasil, existem 10 milhões de pessoas com algum grau de surdez, o que representa cerca de 5% da população do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O problema se desdobra para além das dificuldades auditivas, porque a falta de estrutura especializada leva a uma deficiência de oportunidades desde a infância. Um estudo realizado pelo Instituto Locomotiva em conjunto com a Semana da Acessibilidade Surda, em 2019, demonstrou que a escolaridade média desse grupo está abaixo da média nacional. Segundo a pesquisa, 7% dos surdos têm ensino superior completo, 15% terminaram o ensino médio, 46% o ensino fundamental e 32% não têm nenhum grau de instrução. Na população brasileira como um todo, essas proporções são, respectivamente, de 16,5%, 26,9%, 8,1% (fundamental completo), 33,1% (fundamental incompleto) e 6,9%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) do IBGE de 2018. O primeiro volume do novo manual, A célula e o corpo humano, foi lançado em agosto e disponibilizado gratuitamente na internet. O e-book apresenta cerca de 300 novos sinais que não existiam antes na Língua Brasileira de Sinais (Libras), como “glóbulos brancos”, “ureteres”, “suco pancreático” e “meninges craniais”. O livro está dividido em partes do corpo (sistema circulatório, digestivo, respiratório, reprodutor, entre outros) e, para cada termo, apresenta o nome em português, a soletração em datilologia – representação em sinais das letras do alfabeto manual – e fotografias com os sinais sugeridos. A cada página, ilustrações e textos contextualizam os assuntos.    Alexandre Affonso Sinal aberto Quando uma pessoa surda precisa lidar com termos técnicos que não contam com sinais específicos em libras, ela utiliza a datilologia. Ou seja, precisa soletrar com as mãos. “Em termos muito longos, isso é desgastante tanto para o intérprete como para o surdo”, afirma a bióloga Taiane Maria de Oliveira, que fez mestrado em biotecnologia pela UFPI e é uma das organizadoras do manual. “Dessa forma, o uso de um sinal específico vem como alternativa mais viável para auxiliar a comunicação de forma mais fácil e rápida”, defende. “Da totalidade dos sinais exibidos no manual, 85% ainda não existiam. Os 15% já existentes não modificamos”, afirma a pedagoga Ana Cristina de Assunção Xavier Ferreira, professora de libras na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e uma das colaboradoras da obra. Ela diz que, devido ao tamanho continental do Brasil, é normal que surjam sinais dentro de comunidades de surdos que não se disseminam rapidamente. A inclusão no manual de termos já existentes pode, justamente, ajudar nessa divulgação. “Contamos com a parceria do fisioterapeuta Igo Rodrigues Ferreira para uma explicação contextualizada e direcionada sobre o conteúdo do manual, para que a explicação aos surdos fosse possível”, acrescenta, ressaltando que a equipe não tinha intimidade com muitos dos conceitos expostos. Justamente pela importância de a comunidade surda estar aberta aos novos sinais propostos, alunos surdos do curso de letras-libras da UFPI prestaram consultoria para o trabalho. “Foi imprescindível a participação deles”, afirma o biólogo Jesus Rodrigues Lemos, colaborador do manual. Ele conta que quando se faz qualquer material em libras, o trabalho precisa ter a parceria dos surdos, os principais interessados e usuários, pois só assim será aceito e validado na comunidade.  “A ideia de criar o Manual de libras para ciências surgiu dentro do campus de Parnaíba, que é a segunda maior cidade do estado”, conta o cientista econômico Ricardo Alaggio, diretor da Editora da UFPI (EDUFPI), que publicou a obra. “A ideia se potencializou porque temos um curso de licenciatura em libras/língua portuguesa no campus de Teresina, um dos poucos entre as universidades federais”, afirma. “De início, a proposta do grupo de organizadores do manual era apresentar o material à Secretaria de Educação do Piauí para que fosse adotado pelas escolas estaduais, dando ênfase à versão impressa”, relata Ferreira. “No entanto, por causa do contexto atual da pandemia da Covid-19, tivemos que optar para o formato e-book, inclusive porque a editora estava com restrições ao trabalho presencial”, explica.   Alexandre Affonso Segundo o biólogo Bruno Iles, um dos organizadores do livro, o manual foi criado para as turmas de oitavo ano do ensino fundamental. “É uma forma prática para que elas possam entender os sinais e usá-los durante as aulas”, diz. De acordo com ele, o mesmo conteúdo pode ser abordado em outras séries e até mesmo no ensino superior, porque ainda não há material similar no Brasil. A equipe do Piauí não foi a única a notar a necessidade de sinais específicos para surdos. O grupo da fisioterapeuta Nilza Nascimento Guimarães, da Universidade Federal de Goiás (UFG), investigou as dificuldades de alunos surdos no processo de ensino e aprendizagem de anatomia em cursos de graduação da área da saúde, por meio de entrevistas com docentes e intérpretes de libras. “Em todos os aspectos, alunos, professores e intérpretes concordaram que a maior dificuldade ocorreu pela falta de sinais específicos para a anatomia”, informa o artigo publicado em abril deste ano na revista Research, Society and Development.  “A experiência em lecionar para alunos surdos me levou a criar uma linha de pesquisa nessa área”, conta Guimarães. “Percebemos que, por não haver sinais para a terminologia médica, a tradução pelos intérpretes tornava-se complexa e lenta. Ocorria um atraso imenso no tempo da aula e a aprendizagem dos alunos surdos era difícil, levando muitos a desistir dos cursos. Os entrevistados em nossa pesquisa relataram que realizar um sinal específico seria muito mais rápido do que usar datilologia.”  A fisioterapeuta e seus colegas trabalham no desenvolvimento do Dicionário de sinalização tática de mãos para códigos e terminologia médica, que será um compêndio reunindo sinais já existentes e sugerindo outros. “Estamos investigando o que existe em outros idiomas e criando um banco de

Aberto Concurso em SP para todos os níveis de escolaridade
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ProUni 2021 abre matrículas para pré-selecionados na lista de espera

Fonte: UOL Educação ProUni 2021 abre matrículas para pré-selecionados na lista de espera Começa hoje o período para a comprovação de informações da inscrição e matrícula dos candidatos pré-selecionados na lista de espera do ProUni (Programa Universidade para Todos), para o segundo semestre de 2021. O prazo para os estudantes comparecerem às instituições de ensino termina na sexta-feira (27). A lista com o nome dos selecionados e o cronograma do programa podem ser acessadas no site do ProUni. No total, o programa oferece 134 mil bolsas, sendo 69.482 integrais e 64.847 parciais. São bolsas para 10.821 cursos em 952 instituições de ensino, localizadas em todos os estados e no Distrito Federal. Após as duas chamadas regulares, os estudantes inscritos também tiveram a oportunidade de participar da lista de espera. Caso as bolsas não sejam preenchidas nesta fase, o Ministério da Educação poderá ainda ofertar as vagas remanescentes em um novo edital. O ProUni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo, integrais e parciais (50%), em instituições particulares de educação superior. Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.650 atualmente) por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos (R$ 3.300) por pessoa. É necessário também que o estudante tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, desde que na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa, e, nesse caso, não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos. É preciso que o candidato tenha feito a edição mais recente do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação.

'Me formar virou um pesadelo': os brasileiros endividados com o Fies
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‘Me formar virou um pesadelo’: os brasileiros endividados com o Fies

Vinícius Lemos – @oviniciuslemos Da BBC News Brasil em São Paulo O ingresso no ensino superior foi a concretização de um sonho, mas anos depois se tornou um pesadelo. Essa é a definição de Michele Pereira sobre o diploma de Administração que ela conquistou no fim de 2015. “Venho da periferia e, até então, ninguém tinha ensino superior entre os meus familiares mais próximos. Achava que a universidade seria a minha chance de crescimento profissional e financeiro”, declara Michele à BBC News Brasil. O pesadelo, diz ela, teve início há quatro anos, quando começou a ser cobrada para pagar as mensalidades do Financiamento Estudantil (Fies). Até hoje, Michele não pagou uma parcela sequer, pois argumenta que não teve condições financeiras para isso. Após se formar, ela não conseguiu trabalho na área em que se formou. Por não ter pagado o financiamento, as parcelas acumularam e o nome de Michele foi negativado. Casos como o dela não são difíceis de encontrar entre pessoas que concluíram o ensino superior por meio do Fies. A situação se tornou ainda mais grave em meio à crise causada pela pandemia de covid-19. Em julho do ano passado, o Fies teve o maior percentual de inadimplência da história: 54.3% dos contratos não foram pagos naquele mês, segundo o Ministério da Educação (MEC), responsável pelo programa. Atualmente há cerca de 1 milhão de inadimplentes com o financiamento, conforme a pasta — pessoas que estão com mais de 90 dias de atraso no pagamento das parcelas. Para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, é fundamental que o governo discuta formas para facilitar os pagamentos das mensalidades. O Ministério da Educação afirma, em nota à BBC News Brasil, que tem avaliado junto com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) “a publicação de nova renegociação de dívidas”. Porém, ainda não há previsão de quando isso ocorrerá. ‘Imaginava que sairia da faculdade ganhando R$ 7 mil’ Michele iniciou o curso superior em 2012, em uma instituição particular de Governador Valadares (MG). Era o primeiro governo Dilma Rousseff (PT) e o Fies estava no auge. Nesse período, o número de contratos disparou de cerca de 76 mil em 2010 para 732 mil em 2014. Quando ingressou no ensino superior, Michele trabalhava em uma cooperativa de crédito. Foi justamente por causa do emprego que ela decidiu cursar Administração, pois queria conquistar um cargo melhor no local. Sem condições financeiras para arcar com as mensalidades, recorreu ao Fies de forma integral. Os objetivos dela estavam traçados: concluir o ensino superior, conseguir um salário maior e pagar o financiamento sem impactar muito a sua renda. “Imaginava que sairia da faculdade ganhando uns R$ 7 mil. Me lembro que quando comecei no curso havia um banner que dizia que profissionais de Administração ganhavam de R$ 4 mil a R$ 7 mil”, comenta. Ela se formou quatro anos após ingressar no ensino superior. A realidade ao concluir o curso foi completamente diferente da que esperava no passado. Michele estava desempregada e precisava se dedicar integralmente ao filho recém-nascido. Quando começaram as cobranças do Fies, sequer cogitou pagar as parcelas. “Não tinha a menor condição naquele momento”, desabafa. Ela foi colocada no cadastro de inadimplentes. Quando o filho cresceu um pouco, Michele começou a procurar emprego. O nome sujo a impediu de encontrar vaga em uma área na qual ela sempre quis trabalhar. “Desde que eu era menor aprendiz, trabalhava em instituições financeiras, e sempre foi onde eu quis continuar trabalhando”, comenta. “Passei por etapas de entrevistas em instituições financeiras, mas esses lugares não me contratavam porque meu nome está com restrição. Isso é complicado, sequer dão a oportunidade de mostrar trabalho”, diz. Desde que concluiu o curso superior, ela passou cerca de três anos sem um emprego fixo. Hoje, Michele trabalha como vendedora. “Já fiz umas 10 entrevistas para diversos empregos relacionados à Administração, mas o meu nome sujo me impede de ser contratada. Só consegui trabalhos em outras áreas, mas queria mesmo era atuar na minha área, que é para a qual eu estudei e fiz vários cursos”. Ela não tem, ao menos por enquanto, previsão para pagar as parcelas que deixou para trás, que hoje estão em torno de R$ 15 mil. “Há juros em cima de juros e a dívida está cada vez maior”, diz. O contrato do Fies previa que ela quitasse R$ 43 mil referentes ao curso ao longo de 15 anos. “Valeu a pena me formar e ter um diploma de ensino superior. Mas isso virou um pesadelo quando terminei o curso e caí na realidade”, lamenta. ‘Hoje a gente vive decidindo se come ou paga a dívida’ No cenário da pandemia de covid-19, os pagamentos do Fies também foram afetados. Diante da crise sanitária, que impactou duramente a economia, a dívida do financiamento se tornou um duro problema para muitos. “Hoje a gente vive decidindo se come ou paga a dívida do Fies”, desabafa a fisioterapeuta Ilse Silva, de Recife, em Pernambuco. A mulher e o marido usaram o Fies para concluir o ensino superior. Ilse se formou em fisioterapia em 2017. O marido dela, Ivan, concluiu o curso de Engenharia de Produção em 2015. Os dois trabalhavam nas respectivas áreas em que se formaram. Nos primeiros anos, conseguiram pagar as mensalidades de R$ 460 de seus contratos do Fies, R$ 220 de Ivan e R$ 240 de Ilse. Em 2019, Ivan saiu do emprego para abrir uma empresa de automação residencial. Em março de 2020, ele precisou suspender o investimento, enquanto fazia treinamentos e após comprar equipamentos, por causa da pandemia. A situação ficou ainda mais difícil porque Ilse foi demitida. Ivan precisou buscar uma nova fonte de renda. Ele se tornou motorista de aplicativo para conseguir pagar as contas da família — o casal tem dois filhos, de 19 e 17 anos. “Nesse momento comecei a ajustar as contas e a escolher o que manter em dia e o que iria atrasar pela redução financeira em nossa casa. Então, estamos sem pagar o Fies desde

COVID-19: como a Coalizão Global de Educação da UNESCO está lidando com a maior interrupção da aprendizagem da história
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COVID-19: como a Coalizão Global de Educação da UNESCO está lidando com a maior interrupção da aprendizagem da história

Fonte: UNESCO 2020 não é apenas o ano em que o mundo parou diante da pior pandemia em mais de um século. É também o ano em que ocorreu a maior ruptura educacional da história, que obrigou, em seu auge, quase 1,6 bilhão de estudantes a deixarem suas salas de aula em mais de 190 países. Isso representa mais de 90% da população estudantil de todo o mundo. A interrupção da educação devidio à COVID-19 tem exacerbado de maneira dramática as desigualdades de aprendizagem em todo o mundo. É por isso que, em março de 2020, a UNESCO lançou a Coalizão Global de Educação, uma parceria multissetorial para atender à urgente necessidade mundial de continuidade da educação em uma escala sem precedentes.   O que é a Coalizão Global de Educação? A Coalizão Global de Educação é uma plataforma de colaboração e intercâmbio para proteger o direito à educação durante e além desta ruptura sem precedentes. Ela reúne mais de 150 membros da família da ONU, sociedade civil, universidades e setor privado para garantir que a aprendizagem nunca pare. Os membros da Coalizão se unem em torno de três eixos principais: conectividade, professores e ​gênero.   Como a Coalizão Global de Educação funciona exatamente? A Coalizão Global de Educação se tornou uma plataforma essencial para apoiar os países em suas respostas aos desafios sem precedentes que o setor de educação está enfrentando. As ações da Coalizão são muitas e de naturezas variadas, dependendo dos pedidos feitos pelos países. A Coalizão é estruturada para trabalhar de uma maneira flexível e ágil, a fim de oferecer respostas para a continuidade e a qualidade da educação. Esse novo modelo de parceria para apoiar as respostas educacionais tem benefícios na forma como suas iniciativas são implementadas na crise atual, porque as intervenções são rápidas, eficientes e capazes de alavancar recursos que normalmente não estão disponíveis para produzir resultados. Em diferentes países, as contribuições da Coalizão não substituem as respostas nacionais. Pelo contrário, a Coalizão envolve novos atores que normalmente não seriam parceiros óbvios, assim como organizações de tecnologia e mídia, a fim de complementar e apoiar os esforços nacionais para garantir a continuidade da aprendizagem.   Quais são, até o momento, algumas das realizações da Coalizão Global de Educação? Atualmente, os membros da Coalizão Global de Educação estão empenhados em apoiar mais de 70 países em todo o mundo, a fim de beneficiar, direta e indiretamente, 400 milhões de estudantes e 12,7 milhões de professores. Alguns exemplos de ações alcançadas em países específicos são descritos a seguir: O Ministério da Educação do Senegal, a UNESCO, a Microsoft e a Huawei uniram forças para apoiar dezenas de milhares de professores e estudantes a continuarem o ensino e a aprendizagem. Os números são estes: 82 mil professores e 500 mil estudantes foram inscritos na Plataforma de Educação a Distância do Ministério e iniciaram o ensino a distância. No futuro, com o apoio da Microsoft, serão adicionados 1,5 milhão de estudantes e docentes. A UNESCO está apoiando a capacitação de 200 professores para serem “instrutores master”. Por fim, a Huawei distribuiu dispositivos para melhorar a conectividade desses 200 instrutores master. Na República Democrática do Congo (RDC), a organização Education Cannot Wait (ECW) e o programa CapED da UNESCO estão financiando conjuntamente atividades de resposta educacional. Estima-se que a cobertura de internet no país é menor que 20%, e essas intervenções conjuntas têm foco no ensino remoto via rádio, especialmente por meio de rádios comunitárias, com o objetivo de alcançar mais de 4 milhões de estudantes. A UNESCO e a ECW estão adaptando o currículo da educação primária, até o 8º ano, para aulas a serem transmitidas por rádio. O programa também está ajudando a fortalecer as capacidades de 120 estações de rádio comunitária e 240 funcionários dessas rádios para que transmitam essas aulas. No Líbano, a UNESCO está apoiando a produção de comunicação e recursos educacionais (brochuras, vídeos e guias) com foco nos professores e nos pais, bem como a capacitação para o Ministério nas áreas de TIC e educação, beneficiando 50 coordenadores com essa intervenção. Além disso, estão sendo adquiridas 280 videoaulas da rede Canopé France para a plataforma online do Ministério da Educação, que alcançarão mil escolas e 200 mil estudantes do país. A Vodafone está mobilizando US$ 7,5 milhões para oferecer acesso gratuito a dados educacionais para 60 mil estudantes e professores de Samoa. A Orange, por meio de suas subsidiárias, está fornecendo acesso gratuito à internet aos credenciados em plataformas de aprendizagem de Burquina Faso, Guiné, Mali e RDC. Pacotes semelhantes serão lançados em Botsuana, Camarões, Costa do Marfim, Libéria e Madagascar. Essa prática recomendada se estende a outras regiões, como Egito, Jordânia, Marrocos e Tunísia, onde é fornecida conexão gratuita para conteúdos educacionais digitais. Foi estabelecida uma academia mundial de habilidades, a Global Skills Academy, para fornecer treinamento em habilidades digitais a 1 milhão de jovens e ajudá-los a encontrar emprego durante a recessão que se aproxima. Os parceiros são: Coursera, Dior, Festo, Huawei, IBM, Microsoft, Orange Digital Centers e PIX; além das seguintes organizações: OIT, UIT, OCDE e WorldSkills International. A Academia está operando por meio de um processo de correspondência fornecido pela Rede UNEVOC, a rede global da UNESCO para instituições especializadas em educação e formação técnica e profissional (EFTP). Mais exemplos de ações nos países serão publicados no relatório de avanços (disponível em breve).   Quais são os principais desafios da educação e quais são os próximos passos para a Coalizão?   De acordo com dados da UNESCO, cerca de 24 milhõesde estudantes correm o risco de não retornarem à escola, ameaçando que ocorra uma perda na aprendizagem que poderá se estender a mais de uma geração de estudantes. Mais de 11 milhões de meninas – da pré-escola à educação terciária – talvez não retornem à escola em 2020. Esse número alarmante não apenas ameaça décadas de progressos realizados para se alcançar a igualdade de gênero, como também coloca as meninas de todo o mundo em situações de risco, como violência, gravidez na adolescência e

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10 mitos sobre a universidade pública no Brasil

Fonte: JORNAL USP Conhece alguma pessoa com pressão alta? Pode ser que ela use um remédio criado a partir de uma substância descoberta na USP. E pode ser que ela tenha ido ao médico com um aplicativo de transporte criado por nossos estudantes e tenha sido atendido gratuitamenteem um dos hospitais da Universidade. E também pode ser que depois da consulta esta mesma pessoa decida levar o filho em um museu de ciências, para aprender mais sobre um assunto que vai cair no vestibular. Essa curta história já desmente vários dos mitos envolvendo não só a USP, mas a universidade pública brasileira como um todo. Reunimos dez deles e explicamos se eles fazem mesmo algum sentido.   1 A universidade pública vive de costas para a sociedade As universidades públicas brasileiras são frequentemente rotuladas de “torres de marfim” e acusadas de viver “de costas” para a sociedade. Não é verdade. As universidades públicas prestam uma série de serviços importantes à sociedade, por meio de hospitais, museus, orquestras, teatros e outras atividades diversas de “extensão” — como são chamados esses serviços de atendimento à população. Só a USP tem 4 museus e 15 coleções, que recebem quase meio milhão de visitantes por ano, e cinco hospitais públicos, entre eles o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina,  que em 2018 realizou quase 1,5 milhão de atendimentos  e 50 mil cirurgias.A Universidade também oferece centenas de cursos gratuitos e disponibiliza 5 mil vagas para pessoas acima de 60 anos estudarem de graça na universidade. A extensão é uma obrigação constitucional das universidades. Como em qualquer serviço público, é claro que sempre é possível fazer mais e melhor; mas dizer que não se faz nada é uma falácia. A USP também tem: CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS nas cidades de São Paulo,  Ribeirão Preto e Bauru MUSEUS GRATUITOS. Entre eles o Museu de Arte Contemporânea, ao lado do Parque do Ibirapuera e o Museu do Ipiranga NÚCLEO DE PESQUISA EM RONDÔNIA Onde, apenas entre 2013 e 2017, foram atendidos 38 mil pacientes e realizados 63 mil exames laboratoriais, e muito mais.   2 Nos países desenvolvidos, a pesquisa é privada  Errado.  Nos países ricos, a maior parte do dinheiro que financia a ciência na universidade é público e isso vale até mesmo para as universidades que cobram mensalidades.  No caso dos Estados Unidos, 60% do dinheiro para a pesquisa vêm dessa fonte; na Europa, 77% Em maio deste ano, por exemplo, a Alemanha anunciou que governo federal e os estados investirão 160 bilhões de euros no ensino superior e na pesquisa científica entre os anos de 2021 e 2030. Em seu doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Danilo de Melo Costa fez um estudo comparativo entre Brasil, Canadá e China sobre o financiamento público da educação superior.  De acordo com o pesquisador, no Canadá, o dinheiro público representa de 55% a 60% do financiamento das universidades e na China, de 40% a 45%. Outra razão para os investimentos públicos na ciência é o incentivo à pesquisa básica – esse tipo de estudo busca desenvolver o conhecimento científico sobre os fenômenos do Universo e não tem o lucro nem a aplicação prática como objetivo pelo menos a curto prazo.  Pesquisa assim não é de interesse das instituições privadas, ainda que possam levar, no futuro, a grandes avanços tecnológicos e descobertas de alto impacto.      3 A universidade pública não se relaciona com empresas As universidades públicas não colaboram com a indústria, não ajudam o setor produtivo, são contra a iniciativa privada, etc e tal. Você já deve ter ouvido alguma frase dessas por aí. É uma generalização injusta. O que vem ocorrendo, na verdade, é um aumento das colaborações entre universidades públicas e  empresas privadas, apesar dos muitos entraves burocráticos e culturais que dificultam essa interação. A Escola Politécnica da USP, por exemplo, abriga uma parceria de R$ 200 milhões  com a Fapesp e a Shell, para pesquisas inovadoras no setor de gás. Não por acaso, o núcleo de pesquisas tecnológicas da Petrobras também fica dentro de um campus universitário, da UFRJ, com a qual a empresa colabora intensamente desde a década de 1970. O Centro de Química Medicinal da Unicamp trabalha com três empresas farmacêuticas e de biotecnologia na busca de novos medicamentos; enquanto que o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia USP/Ipen (Cietec) tem mais de 100 empresas incubadas e 150 graduadas no currículo. São apenas alguns exemplos emblemáticos, entre muitos que existem por aí. Em 2019, a USP regulamentou o compartilhamento e a permissão de usode seus equipamentos, infraestrutura, materiais e instalações em ações voltadas a desenvolvimento e inovação tecnológica. Outra iniciativa criada para estreitar as relações da Universidade com empresas e demais instituições científicas é o Sistema USP de Centrais Multiusuários, plataforma para cadastro de equipamentos e laboratórios que podem ser utilizados de forma compartilhada pela comunidade científica da USP e de outras instituições. A USP criou até mesmo um guia para ajudar na realização de parcerias com empresas.   4 A universidade pública é cara demais Depende. Em relação a quê? O orçamento da USP é de R$ 5 bilhões e meio. É errado pegar esse valor e simplesmente dividir por seus 90 mil alunos de graduação e pós-graduação.  Realmente, as universidades públicas custam mais do que as privadas. Mas há uma razão muito óbvia e positiva para isso, que muita gente esquece de levar em conta na hora da comparação: a pesquisa científica!  E quando se fala que o governo federal gasta mais com educação superior do que com o ensino básico, é preciso lembrar que, segundo a Constituição brasileira: os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil e os estados, no ensino fundamental e médio. Nas universidades, os professores também são pesquisadores. E além de lecionar e desenvolver seus estudos, eles têm ainda o papel de formar novos cientistas, orientando trabalhos de mestrado e doutorado, ou seja, alimentando a pós-graduação – e como se vê, a responsabilidade por estes programas é majoritariamente de instituições públicas. Cursos de pós-graduação no Brasil 19% estão na rede privada  81% estão na rede pública Fonte: Geocapes 2017 O custo operacional das universidades públicas é maior porque elas se dedicam fortemente à pós-graduação (cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado) e à ciência

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