Professor Vladmir Silveira

Educação Jurídica

Oportunidades

Concurso TJ SP: editais publicados com 274 vagas de Psicólogo e Assistente Social

Os editais foram divulgados nesta quinta-feira, 19 de dezembro de 2024, com o objetivo de preencher 274 vagas, distribuídas igualmente entre as cargas de Psicólogo Judiciário (137 vagas) e Assistente Social (137 vagas). Ambas as cargas excluem formação superior na área correspondente. Os profissionais aprovados terão uma jornada de trabalho de 30 horas semanais e aprovação do salário inicial de R$9.061,53, com uma jornada de 30h semanais. As inscrições estarão abertas entre os dias 8 de janeiro de 2025 e 10 de fevereiro de 2025. Acesse o edital aqui. Para saber mais acesse: https://www.vunesp.com.br/busca/concurso/proximo

Notícias, Sustentabilidade

Como avançar rumo a uma Economia circular nas cidades?

As cidades respondem por 75% do consumo mundial de recursos, até 72% das emissões globais de gases de efeito estufa, quase dois terços da demanda global de energia e 50% dos resíduos globais! Implementar ações para uma economia circular em nossas cidades e regiões é essencial para limitar esses impactos negativos. Isso significa menos poluição, menos uso de matérias-primas, água, terra e energia — e mais uso de energia renovável sempre que possível. Nas cidades, um modelo de economia circular implica uma mudança sistêmica. Serviços, como água, resíduos ou energia, são fornecidos fazendo uso eficiente de recursos naturais como materiais primários e otimizando sua reutilização. Atividades econômicas são planejadas e realizadas de forma a fechar, desacelerar e estreitar os ciclos nas cadeias de valor. A infraestrutura é projetada e construída para evitar o bloqueio linear, por exemplo, por aquecimento distrital e rede inteligente. A circularidade nas cidades pode ser alcançada adotando políticas em setores-chave que promovam soluções para as mudanças climáticas, como sistemas alimentares, edifícios e resfriamento e transporte. Saiba mais sobre como a economia circular pode transformar nossas cidades. Acesse nossa boletim informativo: https://bit.ly/4eBOm80  Fonte: ONU Brasil  

Oportunidades

Parceria Cisb-Saab: 10ª edição de chamada para pós-doutorado e doutorado-sanduíche na Suécia recebe inscrições até 14/03

O CNPq lançou a 10ª edição da chamada para bolsas de pós-doutorado no exterior e doutorado-sanduíche na Suécia, no âmbito da parceria com o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileira (CISB) e a empresa Aeroplano Sueco Limitada (SAAB AB). As inscrições podem ser realizadas até 14 de março de 2025 O acordo existe desde 2012 e prevê auxílio compartilhado ao intercâmbio internacional de estudantes e pesquisadores brasileiros para o desenvolvimento de projetos em instituições de ensino e pesquisa suecas nas áreas de: aeronáutica, defesa e segurança; energia e meio ambiente; e cidades atrativas e sustentáveis. O investimento previsto neste ano é da ordem de R$ 1,5 milhão em recursos do CNPq, para apoio a até 7 bolsistas de pós-doutorado no exterior (PDE) e até 5 bolsistas de doutorado-sanduíche no exterior (SWE) em instituições suecas. Os contemplados poderão realizar parte de suas pesquisas doutorais ou projetos de pós-doutorado na Suécia nas áreas de redes de comunicação; sistemas autônomos; engenharia aeronáutica; propulsão; materiais; e desempenho humano – e respectivas subáreas. O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) é uma associação privada sem fins lucrativos que atua como um facilitador para promover o diálogo entre os países oferecendo um ambiente de estímulo à inovação. O Centro busca identificar, favorecer e dar suporte a iniciativas/projetos que envolvam tecnologias avançadas com o potencial de prover soluções para uma vasta gama de setores os quais causam impacto positivo na sociedade como um todo. A cooperação bilateral se intensificou nos últimos anos, especialmente nas áreas de aeronáutica e defesa. O CNPq é membro do Comitê Executivo do “Grupo de Trabalho Brasil-Suécia em Alta Tecnologia Industrial Inovadora” (GT-ATI). Acesse a página da chamada. Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Oportunidades

Inscrições abertas para a formação “Processo de Regularização Migratória: Como Realizar Pedidos e Processos de Autorização de residência no Brasil”

Estão abertas as inscrições para a formação “Processo de Regularização Migratória: Como Realizar Pedidos e Processos de Autorização de residência no Brasil”, do ForMigra, que acontecerá no dia 28 de novembro, em modalidade virtual, ministrada pelo Prof. Adriano Pistorelo. O curso irá abordar as legislações pertinentes, como portarias, portarias interministeriais e outros atos normativos que regem o processo de regularização migratória no Brasil. Em duas será dado um panorama sobre as leis e instrumentos que concedem ou regulamentam a autorização de residência, possibilitando entender melhor o caminho para a regularização migratória. Entre os temas que serão discutidos estão: onde e como solicitar a autorização de residência; procedimentos passo a passo; quais pessoas podem pedir; todas as nacionalidades podem solicitar ou há critérios específicos?; esclarecimentos sobre o processo de regularização migratória no Brasil. A formação é uma realização do Programa ForMigra, gerido pelo Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), uma instituição das Irmãs Scalabrinianas, e da Universidade de Caxias do Sul, no escopo da Cátedra Sérgio Vieira de Mello. Não perca Data: 28 de novembro Horário: 19h às 21h Ministrante: Prof. Adriano Pistorelo. Evento gratuito Inscreva-se gratuitamente pelo link: https://bit.ly/4fHzF4a Fonte: Scalabrinianas

Notícias

CAPES apresenta ações de promoção da equidade educacional

A presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, apresentou na Reunião Global de Educação (GEM, sigla em inglês), promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), os desafios e as ações do governo brasileiro para promover a equidade, a qualidade e a mobilidade no ensino superior do País. “Somos marcados pela exclusão de uma parte da nossa população em todos os níveis de ensino, mas o atual governo vem trabalhando para assegurar que todos tenham acesso e possam permanecer e concluir os seus cursos para que haja a transformação da vida dessas pessoas e de suas famílias”, afirmou. Denise Pires de Carvalho mostrou que o Brasil ainda está distante de atingir os resultados dos países desenvolvidos em relação à educação superior e que há uma forte dificuldade de inclusão da população negra, parda, indígena e com deficiência, além da desigualdade de gênero. Por outro lado, a presidente da CAPES reforçou o empenho do governo para superação dessa situação seja por meio de leis, como as asseguram as cotas étnico-raciais, a assistência estudantil e salários iguais para as mulheres e homens que exercem as mesmas atividades, e de políticas de educação especial e investimento na formação, principalmente dos professores da educação básica.  “É um governo que promove a inclusão das pessoas na educação de qualidade”, ressaltou. A mesa de debates, na última sexta-feira, 1º de novembro, em Fortaleza (CE), foi moderada por integrantes da Unesco e teve a participação de ministros da África do Sul, Cuba, Catar, China e Gâmbia. A presidente da CAPES destacou que a escolha do Brasil pelo organismo da ONU para sediar a reunião global reforça a prioridade da educação no atual governo. “O governo está junto da Unesco para alcançar a equidade na educação, a igualdade de gênero e a redução da desigualdade social para que possamos melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro”, afirmou. O GEM 2024, que sucedeu a Reunião de Ministros da Educação do G20, fez um balanço do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4) com a apresentação de ações transformadoras para acelerar a inclusão e equidade na educação. Também incentivou o engajamento e o comprometimento multilateral por parte das nações e definiu um conjunto de estratégias para aumentar os investimentos no setor educacional para combater as desigualdades. O encontro, que aconteceu no dia 31 de outubro e 1º de novembro, teve a presença de lideranças de 51 ministérios, 94 países e 650 participantes. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES) A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES Fonte: CAPES

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O mundo precisa agir mais rápido para proteger 30% do planeta até 2030

Cali, 28 de outubro de 2024 – A comunidade internacional fez alguns avanços nas promessas de proteger 30% da Terra até 2030, mas o progresso precisa ser mais ágil, segundo o relatório oficial de progresso do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA-WCMC, inglês UNEP-WCMC) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). O Relatório Planeta Protegido 2024 (Protected Planet Report 2024) revela que 17,6% da terra e das águas interiores e 8,4% do oceano e das áreas costeiras em todo o mundo estão dentro de áreas protegidas e conservadas. O aumento da cobertura desde 2020, equivalente a mais de duas vezes o tamanho da Colômbia, deve ser comemorado. Mas é um aumento de menos de 0,5 ponto percentual em ambos os domínios. Isso deixa uma área terrestre aproximadamente do tamanho do Brasil e da Austrália juntos e, no mar, uma área maior do que o Oceano Índico, a ser designada até 2030 para atingir a meta global. Nos próximos seis anos, a rede global precisará ser expandida com urgência em mais 12,4% na terra e 21,6% no oceano. Os governos se comprometeram a garantir que essas áreas sejam eficazes, bem localizadas, conectadas, governadas de forma equitativa e que respeitem os direitos humanos. Embora tenha havido progresso em todos os elementos que podem ser significativamente monitorados, os novos dados sugerem que o mundo está aquém da qualidade e da cobertura das áreas protegidas e conservadas. As áreas protegidas e conservadas são locais vitais tanto para a natureza quanto para as pessoas. Elas desempenham um papel fundamental na interrupção e reversão da perda de biodiversidade. Elas também proporcionam importantes benefícios culturais, espirituais e econômicos, oferecendo serviços de ecossistema que ajudam a proteger o planeta para o futuro da humanidade. Em dezembro de 2022, as Partes da Convenção sobre Biodiversidade (CBD) concordaram em conservar 30% da terra e dos mares da Terra até 2030. Esse compromisso é conhecido como Meta 3 (Target 3) e é um dos 4 objetivos e 23 metas para enfrentar a crise global da natureza no âmbito do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. Com essa meta, as Partes da CBD se comprometeram a conservar a natureza por meio de áreas protegidas e conservadas, incluindo aquelas que permitem o uso sustentável dos recursos, reconhecendo os territórios indígenas e tradicionais. O Relatório Planeta Protegido é a primeira avaliação oficial do progresso global em todos os elementos da Meta 3 desde que o Marco foi adotada em 2022. O relatório conclui que: As áreas protegidas e conservadas devem quase dobrar de área em terra e mais do que triplicar no oceano para que a meta de 30% seja atingida até 2030. O maior progresso desde 2020 ocorreu no oceano, mas a maior parte desse progresso ocorreu em águas nacionais. Em áreas fora da jurisdição nacional, a cobertura continua muito baixa, representando menos de 11% da área total coberta por áreas marinhas e costeiras protegidas. Isso ocorre apesar do fato de que o alto mar cobre 61% do oceano. Os dados são insuficientes para medir e compreender totalmente a eficácia das áreas protegidas e conservadas. Menos de 5% das terras do mundo são cobertas por áreas protegidas em que a eficácia do gerenciamento foi avaliada. O número é de 1,3% para o domínio marinho. As áreas protegidas e conservadas nem sempre são estabelecidas nos locais que mais precisam ser conservados. Apenas um quinto das áreas identificadas como as mais importantes para a biodiversidade está totalmente protegido. Mais um terço dessas áreas importantes está totalmente fora das áreas protegidas e conservadas. A biodiversidade não está totalmente representada nas áreas protegidas e conservadas. Embora um quarto das regiões ecológicas já tenha 30% de cobertura, algumas ainda não têm nenhuma, o que significa que as espécies e os ecossistemas são conservados de forma desigual. Apenas 8,5% das terras do mundo estão bem conectadas e protegidas. Há poucas evidências de que as áreas protegidas e conservadas sejam governadas de forma equitativa. Avaliações de governança foram relatadas para apenas 0,2% da cobertura em terra e menos de 0,01% no mar. Menos de 4% da cobertura é governada por povos indígenas e comunidades locais. Além das áreas protegidas e conservadas, os territórios indígenas e tradicionais cobrem pelo menos mais 13,6% das áreas terrestres globais. “É essencial que as áreas protegidas e conservadas atinjam a meta de 30% até 2030, mas é igualmente importante que essas áreas sejam eficazes e que não causem impacto negativo sobre as pessoas que vivem nelas e em seu entorno, que geralmente são seus guardiões mais valiosos. O relatório histórico de hoje mostra que houve algum progresso nos últimos quatro anos, mas não estamos indo longe nem rápido o suficiente”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). “Grandes esforços estão sendo feitos em nível nacional e estamos vendo algum progresso. 51 países e territórios já ultrapassaram 30% de cobertura em terra, e 31 países e territórios no mar. Essas conquistas demonstram que ainda temos tempo para corrigir as deficiências e fazer das áreas protegidas e conservadas o enorme recurso para as pessoas e a natureza que elas deveriam ser”, acrescentou. O Relatório Planeta Protegido 2024 foi preparado por especialistas do PNUMA-WCMC em colaboração com a UICN e sua Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA). Ele utiliza os dados oficiais mais recentes informados pelos governos e outras partes interessadas à Iniciativa Planeta Protegido. Também apresenta contribuições de especialistas de outras instituições e guardiões de indicadores. O relatório apresenta uma importante linha de base entre as metas decenais anteriores acordadas internacionalmente sobre áreas protegidas e 2030. “Este relatório é um lembrete claro de que, faltando apenas seis anos para 2030, a janela está se fechando para conservarmos 30% da Terra de forma equitativa e significativa. A meta “30 por 30” é ambiciosa, mas ainda está ao nosso alcance se a comunidade internacional trabalhar em conjunto, ultrapassando fronteiras, demografias e setores. É fundamental que os povos indígenas recebam apoio

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Como a mudança do clima pode afetar a vida microscópica em lagoas do Pantanal

Nas lagoas de água salgada do Pantanal, conhecidas popularmente como salinas, entre os poucos seres vivos que sobrevivem à alta alcalinidade da água estão os microrganismos, em especial as microscópicas cianobactérias que se multiplicam na superfície formando uma espessa camada verde – a chamada floração. Segundo estudo publicado em julho na revista Acta Limnologica Brasiliensia, o aumento de temperatura em testes de laboratório diminuiu a reprodução das duas principais espécies que vivem na região, Anabaenopsis elenkinii e Limnospira platensis. “Caso o mesmo efeito ocorra na natureza, o aumento de temperatura no contexto das mudanças climáticas poderá inibir a reprodução das cianobactérias e a sua floração”, deduz o biólogo Kleber Santos, do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), em Santa Catarina, primeiro autor do estudo. Santos coletou 27 amostras de água de oito salinas da Nhecolândia, região do Pantanal quase do tamanho do estado de Alagoas, com cerca de 26 mil quilômetros quadrados (km2), no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul. Nos testes em laboratório, a velocidade de reprodução de A. elenkinii atingiu seu máximo a 25 graus Celsius (oC), caiu pela metade a 30 oC e praticamente parou a 35 oC, enquanto L. platensis quase não se reproduziu mais a partir de 30 oC. As duas espécies formaram estruturas chamadas acinetos ou hormogônios, que resistem a condições adversas – por exemplo, em períodos de seca intensa – e brotam apenas quando elas se tornam mais favoráveis. O resultado surpreendeu Santos. “Há poucos estudos desse tipo feitos com cianobactérias de regiões tropicais e, geralmente, o aumento de temperatura estimula a sua reprodução”, diz ele. O pesquisador sugere que diferenças genéticas da cepa do Pantanal podem influenciar esse comportamento, mas ressalta que mais estudos são necessários para entender suas causas. A microbiologista Simone Cotta, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, considera improvável que o aumento de temperatura diminua as florações. Ela observa que há um consenso entre pesquisadores de que as mudanças climáticas tendem a promover a multiplicação de cianobactérias e ressalta que experimentos de laboratório, feitos em condições controladas, não explicam o que acontece na natureza. “A ocorrência de florações é um fenômeno multifatorial que ainda não é plenamente compreendido”, ressalta Cotta. Entre os efeitos já documentados em uma diversidade de estudos está a presença de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, que quando em excesso estimulam a floração. Terra de lagoas Na Nhecolândia, cujo nome homenageia um fazendeiro conhecido como Nheco, que viveu na região no século XIX, existem cerca de 1.500 salinas – ou lagoas alcalinas – de um total de cerca de 10 mil lagoas, a maioria de água doce. É o local com a maior extensão desses corpos d’água do mundo, com cerca de um a cada 3 hectares (ha), área equivalente a três campos de futebol. Com uma média de 2 metros (m) de profundidade e 1 km de diâmetro, as salinas são abastecidas pelas águas das chuvas e têm contato limitado com o lençol freático, ficam um pouco mais elevadas que as lagoas de água doce e são rodeadas por montes de 3 a 5 m de altura cobertos por vegetação. Por isso, ficam isoladas do fluxo de água doce que alaga a planície. Além disso, seu fundo é formado por uma camada endurecida de solo, que não deixa a água doce se infiltrar. A evaporação da água parada favorece o acúmulo de sais como sódio, potássio, magnésio e cálcio, que aumentam a alcalinidade do ambiente – por não conter o sal de cozinha (cloreto de sódio) a água não tem sabor salgado. Como elas são as últimas lagoas a secar em períodos de estiagem prolongada, são importantes para a sobrevivência dos animais, servindo de fonte de água e sais minerais. Santos observou que A. elenkinii, de floração verde, é a mais comum e a primeira a colonizar esses lagos, onde começa a fixar nitrogênio do ar. Quando o nível de nitrogênio dissolvido na água fica muito alto, ela é substituída por Limnospira platensis, de floração verde-azulada, antes chamada Arthrospira platensis – a espécie foi renomeada por Santos em 2023, em estudo publicado na revista Frontiers in Environmental Science, ao verificar que o organismo tinha mais afinidade com outro gênero. “É fundamental identificar esses seres vivos corretamente para entender sua fisiologia, ecologia e biodiversidade no Pantanal”, ressalta Santos. As cianobactérias conseguem fazer seu próprio alimento por meio da fotossíntese, assim como as plantas, usando o gás carbônico (CO2) do ar, a água e a luz solar. Por serem ricas em proteínas, vitaminas e minerais, são o principal ingrediente de um suplemento alimentar chamado espirulina. O estudo de Santos indica as condições ideais de temperatura, alcalinidade e concentração de nitrogênio na água para a reprodução do microrganismo. “Isso pode contribuir para aumentar a produtividade do suplemento”, afirma. Metano subaquático Em seu estágio de pós-doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), na Esalq-USP, Cotta participou de um estudo sobre outro aspecto das salinas do Pantanal: a emissão de gases. Usando câmaras que flutuam na água e aprisionam o ar emitido pela lagoa, a equipe coletou amostras de três salinas, com diferentes graus de alcalinidade, e verificou que a lagoa com floração de cianobactérias, a mais alcalina, emitiu uma grande quantidade de metano (CH4), como descrito em artigo publicado na edição de outubro da revista Science of the Total Environment. “Quando morrem, as cianobactérias são decompostas por microrganismos que consomem o oxigênio disponível na água”, conta Cotta. “Os restos da decomposição se depositam nos sedimentos do fundo, onde há maior prevalência de microrganismos que produzem CH4 a partir desse material.” O CH4 é um gás importante para o efeito estufa, pois seu potencial de aquecimento global (GWP) é 28 vezes maior do que o do CO2. “Na estação seca, a quantidade de CH4 emitida nessas lagoas é bem maior do que em outros ambientes aquáticos, onde as florações de cianobactérias são menos frequentes”, compara o engenheiro ambiental Thierry Pellegrinetti, pesquisador em estágio de pós-doutorado no Cena e primeiro autor do artigo. Os resultados indicam que as emissões são cerca de 38 vezes maiores do que as do mar Báltico,

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Doe e ajude o WWF-Brasil a proteger a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal

ALERTA GERAL!  Amazônia, Cerrado e Pantanal, biomas que abrangem mais de 70% do território brasileiro, estão ameaçados pelas queimadas. Se não dominarmos o fogo agora, ele vai dominar tudo.  A destruição da natureza está agravando a crise climática. Com o desmatamento e as consequentes queimadas, eventos climáticos extremos, como secas severas e enchentes, passam a acontecer com maior intensidade e frequência, afetando pessoas, fauna e flora em todo país. Na Amazônia, grande parte das queimadas é criminosa e tem ligação direta com o roubo de terras públicas, a invasão de garimpeiros e a exploração ilegal de madeira, entre outros. Na época de clima seco, o fogo é usado para “limpar” terrenos desmatados que, muitas vezes, estão dentro de áreas protegidas e territórios indígenas. Já no Pantanal e no Cerrado, existe a prática do manejo controlado do fogo, que deve ficar dentro de áreas delimitadas de cultivo. Porém, muitas vezes a falta de fiscalização e de técnicas adequadas, somadas aos períodos de seca, resultam em perda do controle das chamas e desastres ambientais. Além de ser 38% acima da média dos 10 anos anteriores, os 28.697 focos de queimadas registrados na Amazônia entre 1 e 27 de agosto desse ano, representam crescimento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado. No total, são 53.620 focos de queimadas em 2024, número 80% maior que o registrado entre 1 de janeiro e 27 de agosto de 2023. Com 127% mais registros que em 2023, o Cerrado teve 15.190 focos de queimadas entre 1 e 27 de agosto desse ano. No acumulado de 2024 são quase 36 mil pontos de fogo. O bioma só teve números maiores de queimadas em 2012, 2010 e 2007. No Pantanal, os 3.845 focos de queimadas registrados nos primeiros 27 dias de agosto de 2024 representam aumento de 3.707% em comparação ao mesmo período de 2023. Já o acumulado desse ano registra 8.601 pontos de queimadas, segundo maior número da série histórica iniciada em 1998, e alta de 2.100% quando comparado ao ano passado. O que é grave, pode ficar pior. Precisamos evitar que as queimadas causem ainda mais: • destruição dos meios de sobrevivência de populações locais, o que agrava problemas socioeconômicos; • crescimento de casos de doenças respiratórias causados pela fumaça; • perda de milhares de vidas da flora e da fauna, incluindo centenas de espécies ameaçadas de extinção; • aumento da emissão de carbono, que intensifica a emergência climática. Faça sua doação para o WWF-Brasil e apoie a formação de brigadas, o resgate de animais e a recuperação de comunidades e ecossistemas atingidos pelo fogo. Ajude defender a vida das pessoas e da natureza. Ajude a proteger a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. Doe! Acesse o link para doação: https://doe.wwf.org.br/queimadas?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAab_r2cG1nZgKcROs4ONOPICcuQZVY9dHZk0U5KOjX0aDCaHzXQ-_lBmabM_aem_p__uY6hHRb6RCh0VBQVcVw  Fonte: WWF-BRASIL

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“IBGE da vida marinha”: estudo inédito sobre a biodiversidade no mar revela potenciais impactos da mudança do clima

As comunidades de costões rochosos são impactadas pela variação na temperatura do oceano. É o que aponta um artigo publicado no periódico Marine Environmental Research em julho de 2024, resultado de um projeto de pesquisa que demonstra como os efeitos da temperatura do oceano, da força das ondas e do volume de água doce que chega ao mar exercem sobre a biodiversidade marinha. O estudo é uma espécie de “IBGE da vida marinha”, por avaliar a variação na abundância e no tamanho de organismos em costões rochosos ao longo da costa sudeste do país e permitir fazer a previsão dos impactos que as alterações climáticas podem trazer para esses organismos, segundo os autores do artigo – um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), o Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/USP) e com pesquisadores ligados a instituições de pesquisa da China e do Reino Unido, contando com apoio do CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Inédito, o projeto foi o primeiro desenvolvido na costa brasileira a avaliar a biodiversidade do entremarés em costões rochosos, em uma escala espacial de mais de 800 km, de Itanhaém, em São Paulo, a Armação dos Búzios, no estado do Rio de Janeiro. Durante o estudo, os pesquisadores coletaram informações sobre os locais onde estão distribuídas as várias espécies, em quais quantidades se encontram e os respectivos tamanhos. Esta característica é relevante porque determina a influência da espécie na comunidade, seja pela competição por espaço ou por sua ação de predação – carnívora ou herbívora – na relação com outras espécies. A equipe cruzou todas as informações reunidas com dados ambientais de temperatura do mar, grau de exposição às ondas e influência de água doce proveniente de rios, trabalhando em  várias etapas. Na primeira delas, campanhas de campo intensivas coletaram os dados em 62 costões rochosos em um espaço de poucos meses, garantindo que todos as informações estivessem sob influência de um mesmo regime de estação climática. Campanhas de coleta de campo ajudaram a avaliar a predação entre as espécies principais. Em outra etapa, a equipe realizou experimentos em 18 costões rochosos no gradiente latitudinal pesquisado, para testar como fatores das mudanças climáticas podem influenciar a predação entre esses animais. Essa etapa envolveu uma força tarefa, encarregada de instalar e monitorar gaiolas nas rochas na zona costeira. Além do trabalho de campo e análises dos organismos em laboratório, os pesquisadores realizaram etapas de sensoriamento remoto e modelagem, para obter dados de monitoramento de satélite sobre a temperatura do oceano, a descarga de água doce por rios na zona costeira e a força de impacto das ondas. As informações ajudaram a equipe a entender como cada um desses fatores varia, em uma escala de menos de dez quilômetros ao longo da costa. A pesquisa em campo e laboratório durou quatro anos e envolveu uma equipe de vinte pesquisadores e estudantes, resultando em diferentes publicações científicas. Nos últimos dois anos, artigos científicos derivados do projeto começaram demonstrar como a  biodiversidade interage nesse sistema. Por que estudar a influência das mudanças climáticas nos organismos marinhos Os pesquisadores estudaram como as populações de organismos marinhos variam em ambiente natural dentro de um gradiente de temperatura do oceano que varia naturalmente em cerca de 3 graus Celsius entre os locais com águas mais quentes, como é o caso da região da Baixada Santista até Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e as águas mais frias da região dos Lagos, também no Rio de Janeiro. O entendimento de como esse gradiente de temperatura influencia no ambiente natural permite extrapolar os potenciais impactos do aumento da temperatura do oceano – que, no último ano, por exemplo, tem estado de 1 a 2 graus Celsius acima da média no Atlântico Sul. No gradiente de temperatura do oceano na costa sudeste brasileira, os pesquisadores buscaram costões rochosos com diferentes graus de impacto das ondas, desde áreas mais abrigadas, com pouca força das ondas, até as com alta energia de ondas. Tornou-se possível avaliar, assim, como o aumento das ressacas no mar, que geram ondas mais fortes, pode influenciar na biodiversidade. Além da temperatura do oceano, a equipe avaliou o efeito local da força das ondas. Por fim, ao longo de toda a região do estudo, os pesquisadores buscaram costões rochosos próximos e distantes da foz de rios, para avaliar como o aumento das chuvas e a descarga de água doce no oceano podem influenciar a biodiversidade. A pesquisa envolveu a biodiversidade do entremarés de costões rochosos como modelo ideal por diferentes razões. Em primeiro lugar, as espécies do entremarés – área localizada entre as marés baixa e alta – habitam um ambiente altamente estressante, ficando submersas e expostas ao ar várias vezes ao dia, conforme a maré sobe e desce. Dessa forma, são organismos adaptados a fatores de estresse e excelentes modelos de estudo sobre como os impactos da mudança do clima podem afetar suas populações. Em segundo lugar, essas espécies enfrentam grandes variações de temperatura de umidade e de salinidade e têm sido mundialmente afetadas pelas ondas de calor atmosférico, sendo bons indicadores de impactos na zona costeira. A superfície das rochas, por exemplo, pode atingir mais de 50 graus Celsius no verão, ficando tão quente quanto o asfalto das cidades. Para os pesquisadores, um dos desafios do projeto era entender os padrões ecológicos naturais dentro de um gradiente de variação que permite extrapolar previsões para os cenários futuros de mudanças de clima. “Compreender o sistema natural é nossa maior força para buscar as soluções para o futuro. Nós focamos em avaliar diferentes fatores ambientais em conjunto, desde a rugosidade das rochas até a temperatura do oceano”, afirma o bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e professor do Instituto do Mar da Unifesp, Ronaldo Christofoletti, coordenador do projeto e do grupo de pesquisa. Ele observa que a temperatura do oceano, o impacto das ondas e o aporte de água doce são

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Mais da metade do PIB mundial depende da natureza

Você sabia que 80% das frutas crescem graças aos polinizadores? Sem ecossistemas naturais funcionais, as economias entrariam em colapso. No momento em que a COP16 Colômbia está em andamento, veja como o PNUMA acelera a ação global para promover a paz com a natureza: https://www.unep.org/pt-br/we-are-nature  Dependemos da natureza para nossa própria sobrevivência. Desde os alimentos que comemos até a água que bebemos e a energia que movimenta nossas vidas – a natureza é o nosso bem-estar.    Mas estamos em uma encruzilhada decisiva. A crise da natureza está ameaçando a própria estrutura de toda a vida na Terra – a perda de biodiversidade está acelerando a uma taxa sem precedentes, nossos ecossistemas estão degradados e os benefícios que a natureza proporciona estão diminuindo globalmente devido à produção e ao consumo insustentáveis. Essa perda ameaça nossa saúde, enfraquece as economias e exacerba as desigualdades sociais, colocando as comunidades vulneráveis em maior risco.  Prevenir, interromper e reverter o declínio da natureza não é apenas urgente – é essencial. Agora é a hora de agir e todos nós temos um papel a desempenhar.   Nós somos a #GeraçãoRestauração.  Compatilhe suas ações com a ONU: https://forms.office.com/pages/responsepage.aspx?id=2zWeD09UYE-9zF6kFubccKX1OXZsxW9NtgPryPgb67dUQTZaTFlOSFpESU1IRVdaMFBFRjlEWEtQUi4u&route=shorturl  Fonte: ONU Programa para o meio ambiente

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