Professor Vladmir Silveira

Da seca ao dilúvio: ONU alerta para quebra do padrão de chuvas e estiagens no mundo.

Da seca ao dilúvio: ONU alerta para quebra do padrão de chuvas e estiagens no mundo

O planeta está enfrentando um ciclo de água cada vez mais desequilibrado, marcado por estiagens prolongadas e enchentes devastadoras.

É isso o que mostra o relatório “Estado dos Recursos Hídricos Globais 2024”, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão ligado à ONU.

O documento aponta que apenas um terço das bacias hidrográficas do mundo registrou condições normais no ano passado; nas demais, houve excesso ou escassez de água

O estudo destaca que 2024 foi o ano mais quente já registrado e que o fenômeno El Niño teve papel central nesses extremos climáticos.

Foi também o terceiro ano consecutivo em que todos os glaciares monitorados perderam massa.

Em números, o derretimento equivale a 180 milhões de piscinas olímpicas de água, que escoaram para os oceanos e contribuíram para o aumento do nível do mar

“A água sustenta nossas sociedades, movimenta a economia e é essencial para os ecossistemas. Mas está cada vez mais sob pressão, e os eventos extremos estão afetando milhões de pessoas. Sem dados confiáveis, estamos voando às cegas”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo

O relatório traz exemplos da crise em várias regiões: secas severas na Amazônia e no sul da África, enchentes históricas na Europa, ciclones recordes na Ásia e chuvas intensas na região do Sahel, na África Ocidental.

Segundo a OMM, esse é um padrão cada vez mais recorrente e preocupante.

No Brasil, os dois extremos se repetiram. A estiagem na Amazônia, que já havia começado em 2023, atingiu 59% do território nacional em 2024, comprometendo rios, transporte fluvial e comunidades inteiras.

Como mostrou o g1, os principais reservatórios do país estão em seca há uma década, escancarando falhas no modelo do ONS, que ignora os efeitos da crise climática e usa séries históricas antigas.

Especialistas alertam que isso aumenta o risco de apagões e encarece a conta de luz — já pressionada pela bandeira vermelha patamar 2, acionada devido ao baixo nível dos reservatórios.

Já no Sul, enchentes deixaram 183 mortos e milhares de desabrigados, em uma das maiores tragédias climáticas registradas no país

Para os especialistas, o dado reforça a tendência de que os extremos hídricos — secas mais prolongadas e enchentes mais intensas — já são parte do “novo normal” em um planeta mais quente.

Fonte: G1.

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