Professor Vladmir Silveira

Author name: Professor Vladmir Oliveira da Silveira

CAPES abre seleção de professores para universidade dos EUA
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CAPES abre seleção de professores para universidade dos EUA

Universidade Estadual de Nova York em Buffalo receberá até 10 professores visitantes sêniores e 10 professores visitantes juniores Fonte: CAPES Está aberta até 1º de outubro a seleção de 20 professores para atuarem na Universidade Estadual de Nova York em Buffalo, nos EUA. A CAPES concederá bolsas e outros auxílios para os educadores, seguindo as regras descritas no Edital nº 16/2025, publicado na segunda-feira, 11 de agosto, e disponível no site da Coordenação. A CAPES/MEC disponibilizará até 10 bolsas de professor visitante sênior, com mensalidades de US$ 2,3 mil, e 10 de professor visitante júnior, cujo valor mensal é US$ 2,1 mil. Os benefícios durarão de três a 10 meses. Haverá, ainda, auxílios para instalação, seguro-saúde, deslocamento e localidade. A universidade em Buffalo poderá custear a vinda de Professores Visitantes ao Brasil para as IES de origem dos Professores Visitantes no Exterior. Essa é a primeira edição do Programa CAPES/Universidade em Buffalo (CAPES/UB) – Professor Visitante. Os objetivos da iniciativa incluem o aumento do intercâmbio entre brasileiros e norte-americanos, formação contínua de professores, criação de redes de parcerias e internacionalização da ciência brasileira. Iniciado nesta semana, o cronograma do edital se estenderá por um ano. O resultado preliminar está previsto para o último dia de 2025 e o final, 30 de abril de 2026. As atividades dos professores brasileiros na Universidade Estadual de Nova York em Buffalo devem se dar a partir de agosto do próximo ano. A seleção de professores visitantes é parte de um acordo firmado pela CAPES e a Universidade Estadual de Nova York em Buffalo em janeiro. A Coordenação enviará até 20 professores e até 10 pós-graduandos na modalidade doutorado-sanduíche a cada ano. Já a instituição norte-americana, poderá trazer ao Brasil até 10 de seus educadores por até um ano cada. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES) A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES

Como a degradação da Amazônia aumenta o risco de novas pandemias
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Como a degradação da Amazônia aumenta o risco de novas pandemias

Fonte: BBC André Biernath Role, Da BBC News Brasil em Londres No segundo semestre de 2022, uma situação inusitada em Roraima chamou a atenção do cientista Felipe Naveca. Centenas de pessoas passaram a apresentar febre, dor no corpo, vermelhidão na pele e nos olhos — sintomas que sugerem um quadro de dengue, zika ou chikungunya. No entanto, uma grande proporção dos exames laboratoriais feitos nesses pacientes trazia um resultado negativo para essas três doenças, transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti. “Ou seja, eram muitos casos suspeitos e poucos confirmados”, resume Naveca, que é pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). “Não era dengue. Era oropouche“, informa o especialista. Esse vírus endêmico da Amazônia também é transmitido por mosquitos — e a infecção provoca incômodos similares aos observados na ação daqueles outros três patógenos mais conhecidos. Desde o episódio ocorrido em Roraima, algo parecido se repetiu em outras partes da Região Norte, como Acre, Amazonas e Rondônia. Além disso, o vírus conseguiu ultrapassar as barreiras da Amazônia e hoje causa surtos em locais como Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina, além de já ter sido importado para outros países das Américas e da Europa. O oropouche é apenas um exemplo de como a Amazônia, o local mais biodiverso do mundo, é lar de milhares de vírus, bactérias e outros agentes microscópicos que podem eventualmente causar problemas de saúde em seres humanos. Mais que isso, pesquisas recentes têm demonstrado que a degradação desse bioma por meio do desmatamento, do garimpo e de outras atividades aumenta o risco de contato com esses patógenos — e eventualmente pode se tornar o gatilho para futuras epidemias ou até pandemias. A BBC News Brasil conversou com especialistas para entender o risco de a Amazônia virar o berço de futuros problemas de saúde pública global e o que precisa ser feito para evitar que um cenário desses se torne realidade num futuro próximo. Vida em (des)equilíbrio Em linhas gerais, vírus, fungos, bactérias, protozoários e outros agentes microscópicos vivem ciclos bem definidos na natureza, com animais hospedeiros, intermediários e outros elementos que determinam o equilíbrio dessa dinâmica. “Esses patógenos circulam de uma maneira saudável dentro do ecossistema onde atuam, sem causar problemas para os seres humanos”, contextualiza o biólogo Joel Henrique Ellwanger, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “A ameaça só passa a existir quando acontece a interferência humana nesses sistemas”, complementa ele. Nos últimos cinco anos, Ellwanger publicou alguns artigos científicos em que detalha como um processo desses poderia acontecer na Amazônia. A ideia dele é entender como esse spillover — conceito científico que descreve uma espécie de “pulo” ou “salto”, um processo de transição no qual os patógenos passam a afetar os seres humanos — pode acontecer na prática, dentro do contexto específico deste bioma brasileiro. “Nem todo evento de spillover vai gerar uma epidemia. Isso vai depender do patógeno, de ele conseguir chegar até a população humana e encontrar ali as condições favoráveis para se disseminar”, pondera o biólogo. E essas tais condições favoráveis envolvem aspectos biológicos e genéticos — como nossas células terem um receptor onde o vírus consegue se encaixar, por exemplo — até questões sociais, como a existência de um mosquito na região que pode servir de hospedeiro e perpetuador dos ciclos de transmissão. “Quando ocorre o desmatamento em alguma região, toda a fauna que habita aquele lugar vai se mover. Muitas vezes, o animal que servia de reservatório natural para aquele patógeno foge. E os vetores, que transmitem doenças como malária e leishmaniose, vão se alimentar de sangue disponível, como o de seres humanos”, detalha Naveca. No entanto, quando pensamos na abundância amazônica, tudo isso ganha uma escala muito maior, o que faz as probabilidades também crescerem numa progressão geométrica. “Imagina a diversidade de plantas que existe ali e a gente sequer conhece. Se pensarmos que cada espécie de ser vivo possui um microbioma próprio, estamos muito longe de entender todas as potenciais ameaças”, explica Ellwanger. “Nós conhecemos apenas uma gota de um imenso oceano microbiano que interage nesse ecossistema”, complementa ele. O historiador das ciências Rômulo de Paula Andrade, da Casa de Oswaldo Cruz, também ligada à FioCruz, chama a atenção para o trabalho feito por um laboratório de virologia que foi instalado em Belém do Pará entre 1954 e 1971, com patrocínio da Fundação Rockefeller, dos Estados Unidos. “Nesse período, a partir da coleta de amostras, eles isolaram mais de 2 mil cepas de vírus que são transmitidos por insetos ou aracnídeos”, conta ele. Ou seja, se apenas um ou alguns deles forem capazes de cumprir alguns requisitos básicos para um spillover — como foi o caso do oropouche recentemente —, estamos diante de uma possível nova dor de cabeça em termos de saúde pública. “Vários estudos recentes mostram que a gente não conhece quase nada em termos da diversidade de patógenos da Amazônia”, admite Naveca. E isso se torna ainda mais preocupante num cenário de degradação deste bioma, como registrado ao longo das últimas décadas. “São tantos os vetores, patógenos, mecanismos e facilitadores de eventos de spillover que a degradação da Amazônia se torna a tempestade perfeita para a disseminação de doenças infecciosas”, resume Ellwanger. Como a degradação contribui para o spillover Em suas pesquisas, Ellwanger registrou uma série de práticas que acontecem na maior floresta tropical do mundo. Segundo o cientista, elas estão por trás do desequilíbrio na dinâmica da natureza e do aumento do contato das pessoas com uma série de patógenos potencialmente perigosos. “Um dos grandes vetores do desmatamento na Amazônia hoje é a mineração”, cita ele. “Para realizar essa atividade, seres humanos entram na floresta, desmatam e exploram o solo em busca de ouro e outros minerais valiosos. Esse processo já coloca os seres humanos em contato com diversos vetores de doenças infecciosas, como mosquitos e carrapatos.” “Mas os problemas não param por aí: o garimpo está relacionado à contaminação do meio ambiente com mercúrio, substância tóxica que afeta o nosso sistema imunológico.

Pesquisa sobre Recuperação Florestal
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Pesquisa sobre Recuperação Florestal

Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) irão produzir o IX Prêmio em Estudos de Economia e Mercado Florestal, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No total, serão R$ 115 mil em prêmios para trabalhos acadêmicos que ajudem a construir um futuro mais sustentável para o País. O edital será lançado no dia 25 de agosto. Mais informações: https://www.gov.br/florestal/pt-br  

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ONU abre inscrições para programa de bolsas de estudo sobre Oceano e Direito do Mar

As Nações Unidas e a Fundação Nippon, do Japão, lançaram convocatória para a edição de 2026 do Programa de Bolsas de Estudos sobre Oceano e Direito do Mar.  O programa de estudos inclui treinamento de três meses na sede da ONU em Nova Iorque.  O programa é aberto a funcionários públicos e profissionais de países em desenvolvimento que atuam diretamente com questões relacionadas ao direito do mar e preservação do oceano e dos ecossistemas costeiros e marinhos.  O prazo para envio de candidaturas se encerra em 14 de setembro de 2025.  A Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar da ONU (UNDOALOS) está recebendo candidaturas para a edição de 2026 do Programa de Bolsas de Estudos das Nações Unidas e da Fundação Nippon sobre Oceanos e Direito do Mar. Objetivo: O objetivo do programa é oferecer a funcionários públicos de nível intermediário e profissionais de nível intermediário de países em desenvolvimento, que atuem diretamente com questões relacionadas aos oceanos e/ou ao direito do mar, uma formação avançada financiada nessas áreas ou em disciplinas relacionadas, como ciências marinhas, em apoio à formulação de políticas públicas e estruturas de gestão. O programa busca capacitar os participantes com habilidades para: Apoiar seus países na implementação do marco jurídico da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) e instrumentos relacionados; Formular políticas abrangentes de gestão oceânica; Atuar em consonância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente com o ODS 14: Vida na Água.  Estrutura: A bolsa tem duração de nove meses, divididos em duas fases: Fase 1: Treinamento de três meses na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque (aproximadamente de meados de março a junho de 2026), com a equipe da OLA/DOALOS. Fase 2: Estadia de pesquisa de seis meses em uma instituição acadêmica anfitriã, escolhida com base na especialização da área de pesquisa do bolsista (de julho a dezembro de 2026). Critérios de elegibilidade: Para se candidatar, é necessário: Ter entre 25 e 45 anos; Possuir pelo menos um diploma universitário (graduação ou equivalente); Demonstrar capacidade para realizar pesquisas e estudos acadêmicos avançados; Ser nacional de um país em desenvolvimento. Ser funcionário público ou profissional de nível intermediário que trabalhe diretamente com assuntos relacionados a: Implementação da UNCLOS e de instrumentos correlatos; Implementação da Agenda 2030, especialmente o ODS 14; Estabelecimento de zonas marítimas e delimitação de fronteiras marítimas; Desenvolvimento sustentável dos oceanos e mares; Políticas oceânicas nacionais e/ou regionais; Gestão da zona costeira; Conservação e gestão de recursos marinhos vivos; Transporte e navegação marítima; Segurança marítima; Proteção e preservação do meio ambiente marinho; Ciências marinhas. Processo de inscrição: Os(as) candidatos(as) devem preencher o pacote de inscrição disponível no site do programa, utilizando o botão “APPLY NOW”: https://www.un.org/oceancapacity/content/apply-now Etapas: Preencher os formulários de inscrição exigidos; Enviar os formulários preenchidos, junto com uma cópia do passaporte, para o e-mail: doalos@un.org; Preencher o seguinte formulário online complementar: https://forms.office.com/e/wj5pijFijj Prazo final para envio completo da candidatura: 14 de setembro de 2025 Somente candidaturas completas enviadas dentro do prazo serão consideradas. Os resultados serão divulgados em dezembro de 2025 na página da Divisão de Assuntos Oceânicos e Divisão do Mar da ONU. Apenas os(as) selecionados(as) e suplentes receberão confirmação oficial por e-mail. Compromisso com diversidade: O programa busca atingir um equilíbrio de gênero (50/50) e diversidade geográfica entre os participantes. Candidaturas de mulheres são fortemente incentivadas. Acomodações razoáveis podem ser oferecidas, mediante solicitação, para apoiar a participação de candidatos(as) com deficiência. Fonte: ONU

Chamada de artigos para Composição de Livro Nacional “Mulheres no Direito Político e Econômico PPGDPE -Mackenzie”
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Chamada de artigos para Composição de Livro Nacional “Mulheres no Direito Político e Econômico PPGDPE -Mackenzie”

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie convida pesquisadoras, docentes, profissionais e discentes a submeterem artigos para compor a obra coletiva “Mulheres no Direito Político e Econômico PPGDPE-Mackenzie” (título provisório), a ser publicada em formato de livro, pela editora Lumen Juris, em dois volumes. O objetivo da obra é reunir e divulgar a produção acadêmica de egressas, discentes e docentes do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A iniciativa busca fomentar o protagonismo feminino na pesquisa acadêmica, proporcionando um espaço de reflexão e análise sobre temas contemporâneos dentro da linha de pesquisa do programa. Alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável no 5 da Agenda 2030 da ONU — que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas — o projeto integra-se às ações institucionais do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Político e Econômico do Mackenzie voltadas à promoção da equidade e valorização da produção intelectual feminina no campo jurídico. Por meio da reunião de artigos acadêmicos, a obra pretende contribuir para o debate científico e jurídico, destacando a relevância das pesquisas desenvolvidas pelas autoras no contexto nacional e internacional. Além disso, busca-se fortalecer a rede de pesquisadoras do programa, incentivando a troca de conhecimentos e experiências que possam enriquecer a produção acadêmica no campo do Direito Político e Econômico. Mais informações: https://comunicamack.wordpress.com/2025/08/19/ate-01-09-2025-chamada-de-artigos-para-composicao-de-livro-nacional-mulheres-no-direito-politico-e-economico-ppgdpe-mackenzie/ Fonte: Comunica Mack

XXXII Congresso Nacional do CONPEDI
Próximos Eventos

Etapa de submissão para XXXII Congresso Nacional do CONPEDI é prorrogada

A etapa de submissões de Artigos e Pôsteres para o XXXII Congresso Nacional do CONPEDI, que se encerraria hoje (19), foi adiada. Agora, as pesquisadoras e pesquisadores interessados em participar do evento podem enviar seus trabalhos até o dia 30/09. O adiamento do período de submissão tem o objetivo de garantir que mais pessoas possam ter o tempo hábil para enviar suas pesquisas e, consequentemente, garantir que mais pessoas participem do evento. Devido a extensão desta etapa, o período de divulgação dos trabalhos aprovados também deverá ser adiado, pois os avaliadores deverão ter o mesmo tempo previsto para avaliar os trabalhos. Acompanhe nossos canais de comunicação para não perder as novas datas. O XXXII Congresso Nacional do CONPEDI será realizado em São Paulo, nos dias 26, 27 e 28 de novembro. Em breve, o hotsite será disponibilizado para que os participantes tenham acesso a todas as informações do evento. Para qualquer dúvida, não hesite em nos contatar. Encaminhe um e-mail para secretaria@conpedi.org.br.

Próximos Eventos

23º Congresso Brasileiro de Direito Internacional

PRESENÇA CONFIRMADA! É com grande satisfação que estarei presente no 23º Congresso Brasileiro de Direito Internacional, que acontecerá de 27 a 30 de agosto de 2025, em Belém do Pará. Terei a honra de compartilhar reflexões sobre o tema: “Responsabilidade Internacional do Estado e o Caso da Fábrica de Chorzow”, dentro da proposta central do evento: Amazônia, Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: Impactos Normativos nas Relações Internacionais. Será um momento de muito aprendizado e troca com grandes nomes do Direito Internacional. Nos vemos lá! 🔗 Mais informações: www.sistemaabdi.com.br

Artigos, Notícias

Data centers, inteligência artificial e o desafio da sustentabilidade hídrica

Com o crescimento exponencial do uso da inteligência artificial (IA), os data centers — estruturas responsáveis por armazenar, processar e distribuir dados digitais — tornaram-se peças-chave na arquitetura tecnológica global. No entanto, esse avanço, celebrado por suas inovações, impõe uma preocupação crescente: o uso intensivo de recursos hídricos. Em um cenário de crise climática e escassez de água em várias regiões do planeta, o desafio de tornar sustentável o consumo hídrico dessas estruturas se tornou um imperativo ético, ambiental e jurídico. Estudos recentes revelam que data centers utilizam grandes volumes de água para refrigeração de servidores, especialmente em regiões onde o clima exige controle rigoroso de temperatura. Estima-se que grandes centros de processamento de IA possam consumir milhões de litros de água por dia. Essa realidade entra em colisão direta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), notadamente o ODS 6, que visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água para todos. Do ponto de vista jurídico, a questão exige uma nova regulação voltada à responsabilidade socioambiental das big techs. A legislação ambiental ainda carece de mecanismos eficazes para mensurar e mitigar os impactos hídricos desses empreendimentos digitais. Não se trata apenas de medir o volume consumido, mas de internalizar o custo ambiental e social da operação digital em larga escala. Além disso, há um desafio geopolítico: data centers localizam-se, muitas vezes, em países do Sul Global, onde as regras ambientais são mais frágeis e os recursos naturais mais vulneráveis. Isso levanta uma importante discussão sobre justiça ambiental e transferência de responsabilidades, pois os dados beneficiam conglomerados do Norte Global, enquanto os impactos ambientais recaem sobre populações já pressionadas por desigualdades. Soluções existem, mas demandam vontade política, inovação regulatória e pressão social. Tecnologias de refrigeração a seco, reaproveitamento de água, realocação para áreas com maior disponibilidade hídrica e transparência sobre o consumo são apenas algumas alternativas. O Brasil, por exemplo, como país megadiverso e com vastos aquíferos, precisa estar atento para não transformar seu patrimônio hídrico em insumo barato para operações que não retornam benefícios sociais proporcionais. O futuro da inteligência artificial será tão promissor quanto forem os parâmetros éticos e sustentáveis que orientarem seu uso. A água, fonte de vida, não pode ser o custo oculto da revolução digital.  Fonte: Isto é Negócios.

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Órgão da ONU afirma que mudança climática é crise urgente e agravada por atividades humanas com efeitos globais; parecer consultivo sublinha que solução total para o problema requer contribuição de todos os campos do conhecimento; em nota separada, secretário-geral da ONU elogiou opinião jurídica.

A Corte Internacional de Justiça, CIJ, proferiu seu primeiro parecer consultivo sobre as mudanças climáticas. No momento considerado “histórico” no direito internacional, a instituição considerou as alterações do clima “uma ameaça urgente e existencial”. Pelo parecer apresentado, nesta quarta-feira, em Haia, nos Países Baixos, Holanda, “os Estados têm a obrigação legal de proteger o sistema climático das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa”. Mudar hábitos O juiz Yuji Iwasawa disse que, acima de tudo, uma solução duradoura e satisfatória requer vontade e sabedoria humanas nos níveis individual, social e político para mudar hábitos humanos, confortos e o modo de vida atual, a fim de garantir um futuro para gerações atuais e futuras. Em nota separada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a decisão que descreveu como “uma vitória para o nosso planeta, para justiça climática e para o poder de jovens de fazer a diferença.” Ele lembrou que o parecer deixa claro que todos os países são obrigados pelo direito internacoinal a proteger o sistema climático global. O documento da CIJ enfatiza o caráter vinculativo das Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDCs. O parecer aborda ainda as consequências jurídicas de danos, falta de ação ou omissão em tomar as medidas adequadas para proteger o sistema climático que “podem constituir um ato internacionalmente ilícito, potencialmente levando a consequências jurídicas para os Estados”. Outras questões abordadas incluem a crise do clima e o papel do direito ambiental internacional e dos direitos humanos e ainda o procedimento a seguir diante da necessidade de responsabilização e reparações. Alterações do clima O juiz destacou que as emissões de gases de efeito estufa são inequivocamente causadas por “atividades humanas” e têm efeitos transfronteiriços. No discurso, o magistrado Iwasawa afirmou que efeitos das mudanças climáticas são graves e de longo alcance por afetar tanto os ecossistemas naturais quanto as populações. Essas consequências ressaltam “a ameaça urgente e existencial representada pelas mudanças climáticas”. Para ele, o direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável é, portanto, inerente ao gozo de outros direitos humanos. O pronunciamento seguiu-se a semanas de análise de dezenas de milhares de páginas de alegações escritas e orais no maior caso da história do CIJ. No processo, os juízes do tribunal reuniram diferentes vertentes de direito ambiental. Questões colocadas à Corte O parecer foi solicitado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 29 de março de 2023, com base em duas questões colocadas à Corte na resolução do maior órgão deliberativo da organização. A primeira pergunta abordava as obrigações dos Estados, de acordo com o direito internacional, para garantir a proteção do sistema climático e de outras partes do meio ambiente contra as emissões antropogênicas de gases de efeito estufa, tanto para as gerações presentes quanto futuras. Já a segunda questão referia-se às consequências jurídicas para os Estados, de acordo com essas obrigações no caso de danos significativos causados ao sistema climático e a outras partes do meio ambiente. Esses prejuízos seriam a Estados, em especial os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, ou ainda povos e indivíduos. Peso jurídico e moral O Artigo 96 da Carta das Nações Unidas prevê que a Assembleia Geral ou o Conselho de Segurança solicitem à CIJ um parecer consultivo sobre qualquer questão jurídica. Estes posicionamentos não são juridicamente vinculativos. O CIJ diz que a autoridade do direito internacional foi invocada pela Assembleia Geral no pedido do parecer, mas reconhece que o papel do instrumento jurídico é importante, mas limitado na resolução do problema da crise climática. Para o tribunal, uma solução completa requer “a contribuição de todos os campos do conhecimento humano, seja o direito, a ciência, a economia ou qualquer outro.” Fonte: ONU NEWS.

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COP30: Brasil quer liderar discussões sobre transição energética

Encontro em São Paulo debate soluções e inovações para energia limpa, em sintonia com relatório da ONU que aponta vantagens econômicas das fontes renováveis. Autoridades e empresários reuniram-se em São Paulo para debater soluções e inovações no mercado de carbono, alinhando-se ao posicionamento das Nações Unidas sobre a urgência da transição energética global. O encontro ganha especial relevância diante dos patamares alarmantes de temperaturas e mudanças climáticas registrados mundialmente. Um novo estudo divulgado pela ONU apresenta dados contundentes sobre a viabilidade econômica das energias renováveis. Segundo o relatório da Irena, a Agência Internacional para as Energias Sustentáveis, a expansão dessas fontes proporcionou uma economia global de 467 bilhões de dólares em combustíveis fósseis apenas em 2024. Mais de 90% dos projetos instalados no período geraram energia a um custo inferior ao da fonte fóssil mais econômica. Brasil em destaque O país se destaca no cenário internacional com custos mais baixos que a média global na produção de energia solar e eólica. Este resultado é atribuído a uma combinação de fatores: leilões competitivos, abundância de recursos naturais e desenvolvimento da infraestrutura necessária. A proximidade da COP30, conferência do clima da ONU que acontecerá em Belém do Pará em novembro, tem intensificado as discussões sobre produção eficiente e sustentável no Brasil. O evento tem catalisado debates permanentes entre especialistas do setor privado e público sobre transição energética e redução das emissões de carbono. O cenário atual tem se mostrado propício para inovações no setor, com destaque para novas tecnologias de captura de carbono e desenvolvimento de combustíveis verdes. A realização da COP30 no Brasil representa uma oportunidade para o país demonstrar seu potencial não apenas na exportação de commodities, mas também na disseminação de tecnologias e métodos de produção sustentável. Fonte: CNN Brasil.

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